segunda-feira, 25 de maio de 2009

Dois Quadrados (Diário de Montagem III)

A um só tempo: cheio e vazio; completo e incompleto; vida e morte; hospital e cemitério. Duas metades. Dois lugares. Duas ações-situações-locações. Duas telas. Dois quadrados. A relação é óbvia, direta. Permitia-nos sublinhar a idéia de simultaneidade, de vizinhança. E construir uma outra arquitetura do edifício. 

A razão de nossa ‘janela’ era de 2:1. Ou seja, o comprimento da tela era o dobro de sua altura. Uma proporção invulgar no cinema, mas comum na história da arte. Descobri uma defesa do formato assinada pelo diretor de fotografia Vittorio Storaro. Vi que estava em boa companhia.

A tela não estaria o tempo todo dividida ao meio. Alternaríamos os quadrados com o elegante retângulo de quadrados justapostos. Dois para um. Um para dois. Havia ainda as imagens que funcionavam tanto de um jeito como de outro. E aquelas cujo enquadramento retangular sugeria a divisão em quadrados. 

Two squares (Editing Diary III) At once: full and empty, complete and incomplete; life and death, hospital and cemetery. Two halves. Two places. Two actions-situations-locations. Two screens. Two squares. The relationship is obvious, straight. It allowed us to underline the idea of ​​simultaneity, neighborhood. And build another building's architecture. 

The reason for our 'window' was 2:1. That is, the length of the screen was twice its height. An unusual proportion in the cinema, but common in art history. I found a defense of the format signed by cinematographer Vittorio Storaro. I saw that I was in good company. 

The screen would not be all the time split in half. We would alternate squares with the elegant rectangle of juxtaposed squares. Two by one. One by two. There were also images that served both ways. And those whose rectangular framework suggested the division into squares.

Nenhum comentário: